quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Festividade no G.R.E.S. PORTELA em 1954 - Parte I

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela é uma das mais tradicionais e conhecidas escolas de samba da cidade brasileira do Rio de Janeiro. É carinhosamente chamada de "A Majestade do Samba" e forma, juntamente com a Deixa Falar e a Mangueira, a tríade das escolas fundadoras do carnaval carioca.




Foi fundada oficialmente como um bloco carnavalesco, chamado Conjunto Oswaldo Cruz, em 11 de abril de 1923, no bairro de Oswaldo Cruz. Embora haja estudiosos que acreditam que a escola tenha sido fundada em 1926, o ano oficial de fundação é 1923, mesmo ano de criação do bloco "Baianinhas de Oswaldo Cruz", que já continha o embrião da primeira diretoria portelense, com Paulo da Portela, Alcides Dias Lopes (mais conhecido como "Malandro Histórico"), Heitor dos Prazeres, Antônio Caetano, Antônio Rufino, Manuel Bam Bam Bam, Natalino José do Nascimento (o "seu Natal"), Candinho e Cláudio Manuel.

 


Mudou de nome por duas vezes - "Quem Nos Faz é o Capricho" e "Vai Como Pode" -, até assumir definitivamente a denominação Portela, em meados da década de 1930.



Ao longo das primeiras décadas do carnaval carioca, a Portela tornou-se uma das principais escolas de samba do Rio de Janeiro, compondo um quarteto de grandes ao lado de Mangueira, Acadêmicos do Salgueiro e Império Serrano.



Adotando como símbolo a águia e as cores azul e branco, a Portela conquistou 21 títulos do carnaval, marca imbatível até hoje. Essa marca inclui um heptacampeonato e um tetracampeonato, respectivamente entre 1941-1947 e 1957-1960. 


A escola de samba é responsável por algumas inovações nos desfiles de carnaval. Por exemplo, em 1935, foi a primeira escola a introduzir uma alegoria - um globo terrestre idealizado por Antônio Caetano.


No carnaval de 1939 apresentou aquele que é considerado o primeiro samba de enredo, além de levar ao desfile fantasias totalmente enquadradas ao enredo. Também introduziu a comissão de frente e, mais tarde, a primeira escola a uniformizá-la.




Além da relevância para o carnaval carioca, a Portela firmou-se como um dos grandes celeiros de grandes compositores do samba, comprovado por sua ativa e tradicional Velha Guarda. 

Entre bambas portelenses ao longo de sua história, destacam-se além dos fundadores Paulo da Portela e Antônio Rufino, os sambistas Aniceto da Portela, Mijinha, Manacéa, Argemiro, Alberto Lonato, Chico Santana, Casquinha, Alcides Dias Lopes, Alvaiade, Colombo, Picolino, Candeia, Waldir 59, Zé Ketti, Wilson Moreira, Monarco, Noca da Portela, Paulinho da Viola, entre outros - sem deixar de mencionar de importantes instrumentistas, como Jair do Cavaquinho e Jorge do Violão, a Portela tem uma participação importante na vida cultural do Rio de Janeiro. 


Prova desse reconhecimento foi a escola ser agraciada, em 2001, com a Ordem do Mérito Cultural.

Apesar da grande tradição no cenário do samba no Rio de Janeiro, a escola vivenciou muitos momentos de atrito, especialmente no relacionamento da diretoria da escola e sambistas. Desavenças culminaram com o afastamento, em 1941, do fundador Paulo da Portela. 



Durante a década de 1970, novos desentedimentos levaram sambistas como Candeia, Zé Ketti e Paulinho da Viola a deixarem a escola - embora os dois últimos tenham retornado anos depois. 

Já na década de 1980, uma nova rusga interna gerou uma dissidência, que resultou na criação de uma segunda escola, a Tradição. Embora ainda seja a maior detentora de carnavais no Rio de Janeiro, a tradicional escola de samba de Oswaldo Cruz tem amargado três décadas sem título - o último deles foi conquistado em 1984.

Imagens obtidas nos arquivos de fotos do extinto jornal carioca Última Hora e pertencentes ao acervo de imagens do Arquivo Público do Estado de São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário